[Original] Registros do Passado

Está escuro lá fora, os postes foram desligados a não muito tempo. Consigo ver carros capotados, algumas vidraças de lojas quebradas, pedaços de carne podre e infectados. Não começou a muito tempo, deve fazer apenas uma semana, mas, depois do segundo dia os sobreviventes começaram a desaparecer e a cidade ficou deserta.

Minha vida mudou demais, depois que tudo começou não tenho certeza se a porta que me separa da rua será suficiente para me proteger. O meu nome é Pedro, tenho 22 anos e escrever tem se tornado uma das minhas principais atividades durante o holocausto. Estou preso num quartinho pequeno, tem alguns infectados lá fora, são poucos, mas em breve terei que enfrentar esses poucos para encontrar comida, o prédio mal tem suprimentos para mim. Sou - ou era - um guarda de segurança e o quartinho onde estou fica num prédio de dois andares, é um prédio comercial. Eu tenho - ou tinha - uma namorada e um irmão, meu irmão se chamava Gabriel e ele mora ou morava - não sei onde ele está nesse momento - em Fortaleza. Eu não sei exatamente o que vou fazer, por que simplesmente não tenho como fazer o que preciso fazer, buscar meu irmão e minha família. Estou no 2° andar do prédio e os poucos infectados que perambulam passam distantes da entrada do prédio. Já são 22h53min, acho melhor eu arrumar alguma coisa para comer no 1° andar e voltar para cá. Estou sonolento e provavelmente meu cérebro irá ficar bem desligado...

Acabei de acordar. De acordo com o meu relógio de pulso são 06h54min. Parece que ontem choveu, a maioria das ruas estão encharcadas de sangue seco e água suja e os zumbis estão diferentes, tão limpos. Estou muito solitário, sobreviver sozinho é tão desafiador agora, principalmente por eu estar num grande abrigo, a três dias atrás eu tinha um colega comigo, mas enquanto saíamos de nosso velho abrigo para este novo um tiro acertou sua cabeça, veio do nada e o matou na hora. Eu não sei se vou aguentar muito tempo aqui, estou ficando sem comida e tem um mercado aqui perto, fica a um quarteirão de distância e não consegui ver nenhum quebrado ou coisa do tipo lá. Ficar sozinho nesse prédio é muito tenso, principalmente a noite quando aquelas coisas ficam melhor camufladas.

Não entendo porque isso aconteceu, eu estava vigiando o banco ao qual eu trabalhava, já estava de madrugada quando tudo ficou fora de controle. Havia uma lanchonete que ficava 24 horas aberta e um bando de pessoas estavam lá festejando, uma pessoa entrou na lanchonete e começou a morder as pessoas. Na hora eu me levantei e gritei perguntas, só ouvi gritos. Quando vi sangue espirrar na frente da fachada de vidro da lanchonete eu peguei meu cassetete e comecei a chegar mais perto, quando toquei o cassetete na porta para entrar uma pessoa pulou em cima de mim, eu a afastei para o lado com dificuldade e fugi, o que mais eu faria?

Vai ter que esperar, acabei de ouvir um barulho alto no portão que dá acesso a garagem do prédio.

Voltei, tem um aglomerado de zumbis no portão da garagem, não entendi como eles me descobriram, mas em breve terei que sair daqui. Com o barulho que estão fazendo é difícil não atraírem outros deles. Vou aprontar minhas coisas numa mochila e tentarei partir para o mercado São Jorge, ele é praticamente fortificado contra roubos, tem portões de ferro nas portas e vitrines. Deve servir contra infectados. Tenho que partir, o portão parece estar abrindo.

Acabei de chegar no mercado, devo ter demorado meia hora para chegar aqui, foi difícil sair do prédio sem aquele grupo de zumbis me verem. Ainda não entendi como aquelas pessoas se tornaram essas pragas, não que as profecias bíblicas sejam erradas e outras coisas, mas vai me dizer que o inferno lotou e as almas perdidas voltaram pra Terra? Nossa senhora...

Enquanto vinha para o mercado encontrei um policial caído no chão, ele estava com as pernas debaixo de um carro e consegui ver tripas para fora, o homem segurava uma pistola, apenas com meu cassetete eu não iria conseguir matar qualquer infectado então peguei a arma, com um pouco de dificuldade pois os dedos estavam muito rígidos.

Só consigo ler o nome Taurus, é o que diz no cano. Ela está carregada com seis balas e parece que o policial só conseguiu dar um tiro. Não sei para quê vou usá-la se não sei como irei encontrar munição para recarregar essa coisa! Ainda sim vou deixar guardada na minha mochila caso eu precise matar um ou dois infectados...

Eu nunca vi os infectados andando normalmente, isso vai piorar minha sobrevivência. No começo eles mancavam e eram burros, mas agora parece que eles mudaram e começaram a andar normalmente e a ter sentidos quase "normais". Para piorar não é como nos filmes, eles são agressivos, enquanto estava junto a meu colega, vi uma infectada arrancando tripas de uma pessoa no meio da rua, o problema é que ela arrancava com os dentes e gritava, urrava, chame do que quiser mas parecia prazeroso para ela.

Já está escurecendo e é nessa hora que eles ficam mais invisíveis, as ruas já não são clareadas com os postes de luz como antigamente... Não me sinto bem sabendo que estou no mesmo nível que eles, no meu antigo abrigo eu me sentia protegido mesmo sabendo que se invadissem eu ficaria cercado. Bom, vou parar um pouco de escrever, vou comer alguma coisa que encontrar por aqui e tentar dormir um pouco.

O relógio do mercado marca 11h30min, queria tanto ter meu irmão ou minha namorada comigo... Seria bem melhor viver no apocalipse com alguém comigo, me ajudando a sobreviver, a viver. Algo está tentando abrir com força a porta de ferro do mercado, vou subir até o primeiro andar para ver o que é.

Voltei, era uma moça. Era bonita, cabelos lisos e castanhos, olhos castanhos, rosto branquinho. Usava uma blusa azul escuro de mangas curtas, calça jeans escura e um tênis branco. Eu relutei em deixá-la entrar, não sabia se estava contaminada mas do jeito que estava louca batendo no portão tentando entrar ela logo atrairia aquelas coisas para cá. Ela carregava uma mochila, parecia pesada. Ela entrou e logo sentou-se no chão ofegante. Perguntei a ela qual era seu nome, ela respondeu que era Nathalia. Elogiei seu nome e me apresentei, procurei um pouco de comida pelo mercado e ofereci uma barra de cereal e uma garrafa d'água. Ela aceitou.

Está ficando tarde, vou tentar fazer algo como almoço e depois volto a escrever.

Voltei, nós almoçamos bolachas de sal, suco de caixa - semi-frio - e algumas batatas. Ela devia estar cansada, depois que comeu logo cochilou. Finalmente tenho uma companhia, alguém pra conversar, mesmo que eu quisesse alguém conhecido... Acho que as coisas vão melhorar. Vou parar de escrever por hoje, quero tentar descobrir um pouco mais sobre a história dela.

Encontrei esse caderno dentro da mochila do Pedro e resolvi deixar uma mensagem nele. Eu era vendedora de um micro-shopping e estava de férias desde o começo do mês. Minhas férias acabaram e alguns dos meus amigos fizeram uma festa numa lanchonete uma daquelas coisas apareceu e começou a morder as pessoas. Eu não sabia direito o que fazer, porque nunca vi nada muito focado em zumbis, apenas filmes e séries.

Depois de um tempo eu consegui um bom abrigo... Me abriguei na loja onde eu trabalhava e consegui ficar por lá durante uma semana, até que alguns sobreviventes infectados invadiram a loja, eu tentei me defender mas logo tive que fugir, eram muitos. Eu passei dois dias igual uma nômade, fui indo de lugar em lugar e fugindo sempre. Depois de um tempo eu precisava encontrar comida e um lugar fixo pra ficar, depois que percebi um grande tumulto de zumbis na frente de um prédio comercial eu resolvi entrar num mercado, o problema é que ele estava todo fechado então presumi que tinha alguém lá dentro, bati, tentei entrar, chutei e fiz de tudo pra que me vissem e me deixassem entrar. Até que eu conheci o Pedro, ao menos ele me deixou entrar e não me matou

Vou ter que parar de escrever, ele está acordando.

Faz 15 dias que não escrevo, tudo mudou e não tive descanso dos ambulantes para conseguir escrever algo. Nesses 15 dias, a Nathalia morreu. Zumbis malditos! Mataram a única pessoa que eu tinha para conversar e me distrair um pouco, mas, não posso ficar pensando nisso. Eu tenho outras prioridades. Consegui escapar depois de muito tempo correndo de grupos incansáveis de zumbis. Estou vivendo um caos pior do que já vivia antes desses últimos dias.

Depois de alguns dias vivendo bem no mercadinho, tivemos que sair de lá. Uma hora precisaríamos sair para buscar um lugar melhor, com mais mantimentos e melhor estrutura para mim e para Nathalia, mas, logo que saímos do mercado fomos recebidos com um grupo grande de zumbis. Os infectados andavam em nossa direção e vinham cambaleando um pouco. Não estávamos temendo muito pela morte não sei por que, mas tudo deu errado quando a Nathalia torceu o pé, aquilo foi a sentença de morte dela e possivelmente a minha. Eu até tentei ajudá-la, não me leve a mal, mas era impossível levá-la por muito tempo.

Eu estava exausto de carregá-la, mas com sorte nós conseguimos chegar numa casa de grandes muros, entramos e ficamos lá por um tempo. Os zumbis passaram alguns dias rondando a casa, mas uma hora outra coisa os chamou a atenção. Deveria ser algum sobrevivente desastrado que fez barulho e atraiu aquele monte de infectados pra sua cola. Por sorte percebi que ele usava uma moto, então logo todo aquele grupo iria embora.

Perguntei a Nathalia se ela estava bem, mas ela apenas deu um grunhido de dor quando eu tentei verificar seu tornozelo. Tentei encontrar algum kit de primeiros socorros para ajudá-la, mas não achei nada.

Os dias foram passando e o pé dela mostrava um inchaço grande e o pé estava roxo. Não sou médico, mas sabia que aquilo não era bom. Alguns zumbis estão passando em frente a meu abrigo, tenho que verificar.

Voltei, alguns zumbis estavam lutando entre si pelo alimento de cada dia. Enfim, depois de certo tempo eu fui explorar o 1° andar da casa que eu e ela estávamos abrigados, era apenas um corredor com três quartos. Dois ao lado e um no meio. As duas portas do lado estavam abertas, escancaradas e com sangue sob o chão. As janelas estavam abertas e davam continuidade a mancha de sangue. A porta do meio estava trancada, com manchas de mãos ensanguentadas nela. Eu queria abrir, mas quando me aproximei um pouco a porta começou a bater. Eu ouvi sons vindos de dentro daquele quarto, sons pavorosos e que com certeza vinham de zumbis. Eu simplesmente deixei aquela porta fechada...

Mais alguns dias passaram e todos os dias eu olhava Nathalia na esperança de que o seu pé tivesse melhorado, desenvolvi um carinho por ela, mas eu não podia ficar com paixões a aquelas alturas. Eu também vistoriava sempre a porta para saber se ela estava prestes a cair ou não, a maioria das vezes tudo estava normal e os suprimentos da casa durariam por bastante tempo, mas uma hora aconteceu... Eu e Nathalia estávamos dormindo quando a porta caiu. De início eu não acreditei, mas logo percebi que 5 mortos-vivos caminhavam sob a casa. Acordei Nathalia e preparei nossas mochilas, infelizmente o pé dela continuava ruim e os zumbis não iriam dar trégua para que nós nos preparássemos.

Eu estava terminando de guardar minhas coisas quando os zumbis começaram a chegar perto de Nathalia, usei a pistola. Matei todos os zumbis que vi, mas logo outros vieram. Os quartos da casa não eram pequenos e podiam abrigar umas 20 pessoas um pouco espremidas no lugar. Eu só tinha uma bala e não dava para matar todos de uma só vez.

Nathalia estava em pânico e queria que eu a deixasse lá para morrer, eu tentei reanimá-la o mais rápido que pude, mas ela me empurrou e ficou lá dentro. Eu não sei o que houve com ela, ela simplesmente quis morrer...

Depois da morte dela fiquei solitário novamente, fugindo de casa em casa a procura de um lugar para me instalar e conseguir alguns colegas para ajudar-me. Meus planos de encontrar meu irmão e minha namorada estavam ficando mais difíceis de realizar. Quando me dei conta já era o 14° dia quando encontrei uma pequena fazenda abandonada, estava em boas condições e não mostrava nenhum sinal de destruição ou vida - ou morte - lá dentro. Resolvi entrar na fazenda e vistoriar tudo.

Não encontrei nada ameaçador, apenas um infectado que consegui matar com a última bala do revólver. Limpei tudo e joguei o corpo longe da minha nova casa, procurei por suprimentos mas encontrei pouco, apenas algumas verduras podres, salgadinhos e água. Ao menos encontrei bastante água.

Está tarde, vou comer alguma coisa, ajeitar minha cama e dormir um pouco.

Acabei de acordar, meu estômago dói muito. Estou com ânsias, espero que não seja algo sério. Tem algo errado comigo, de ontem para hoje comecei a sentir essas dores, não comi muito ontem, apenas uma barra de cereal antes de dormir. Que droga! Não acredito que fiquei doente... Eu estou muito longe de qualquer farmácia e ainda mais sozinho, preciso encontrar uma forma de me recuperar. Morrer desidratado e vomitando não é o jeito que eu quero morrer.

Eu tinha preparado uma lista de coisas para fazer hoje, mas com essas dores eu não vou conseguir. A cada vomitada me sinto mais fraco e, preciso arranjar algo ou alguém que me ajude. Hoje, se eu estivesse bem eu iria começar a plantar e arrumar algumas coisas que precisam ser organizadas. O terreno para plantio está bom ao que eu percebi e limpo, encontrei sacos de sementes variadas num armazém e só preciso plantar.

Preciso descansar um pouco, vou tentar traçar um plano para chegar a alguma drogaria e depois vou descansar.

Deixei de escrever por dois dias desde meu último registro, as dores não pararam e estou terminando de traçar um plano para chegar a uma farmácia. Enquanto eu vinha para cá, nesta fazenda, vi algumas farmácias, mas a mais próxima está a 1km daqui, tenho que ser precavido se não posso me matar enquanto tento chegar lá.

Passei esses dois dias praticamente deitado, apenas bebi água e comi uma barra de cereal. Alguns zumbis passaram por aqui, mas não se interessaram pela minha fazenda. A muito estou querendo que algum sobrevivente gente fina passe por aqui e me ajude, mas quando eu mais preciso de alguém comigo eu não consigo e quando eu estou em ótimas condições surge alguém.

Espere, estou ouvindo o barulho de uma motocicleta lá fora, preciso verificar. Não sei o que era, mas não vi nada lá fora, apenas o barulho da moto, porém, sem moto. Estranho... Espero não estar ficando paranoico, com essa doença e com paranoias eu tenho quase certeza de que não sobreviveria. Estou ouvindo de novo esse som. Vou verificar melhor... De novo.

Caramba, não aguento mais isso! Que diabos está acontecendo? Eu ouço o barulho dessa moto cada vez mais alto e não encontro de onde vem! O barulho vem e para, aumenta e parece que está mais próximo e então ele para novamente. Olha só, o barulho voltou. Droga! Não posso ficar me importando com isso, tenho planos e preciso cumpri-los. Argh, vomitei um pouco. Estou ficando nervoso por não saber o que está acontecendo aqui, ainda mais por estar doente.

Escutei um barulho alto, parece que a moto foi desligada. Desta vez vou tentar falar com alguém, se existe uma moto vindo até mim então com certeza existe alguém pilotando-a.

Voltei, gritei muito e vomitei duas vezes por isso, mas, no final surgiu uma pessoa. Um homem um pouco velho... Usava roupas de quem vive na praia, floridas e coloridas. Usava um chapéu e era o piloto da moto. Ele estava carregando uma mochila de viagem, de longe eu vi alguns tubos saindo da mesma, mas na hora não soube o que era.

Depois de um tempo, ele acenou. Acenei de volta e esperei que ele chegasse, entrei na casa e deixei a porta aberta. Vomitei novamente... Quando entrou, fiz algumas perguntas a ele. Seu nome é George Brando, tem 32 anos e aquela mochila de viagem estava carregada de armas! Várias armas diferentes, não sei ao certo qual o nome de cada arma, mas sei que vi a maioria do que cobria a mochila em pistolas e escopetas.

Ele resolveu me dar uma arma. Logo ele se instalou junto comigo e comecei a contar minha história para ele, como sobrevivi, como encontrei uma parceira e como ela morreu, até chegar aqui. Eu o convenci de contar sua história para mim, e foi contando.

George disse que veio de Fortaleza, sua cidade natal. Como meu irmão, Gabriel, morava por lá, tive que perguntá-lo o que houve com a cidade. Ele me disse que toda a cidade foi destruída, não pelos infectados, mas, sim pelos humanos, o governo e todos. Parece que todo o estado cearense foi destruído por uma guerra! As pessoas se revoltaram e o exército teve que imobilizá-los, foi assim que George conseguiu todas estas armas. Ele apenas ficou em casa e esperou tudo passar, as pessoas se matavam tentando levar o que fosse das lojas, o exército usava bombas de gás e balas de borracha, mas no final as coisas parecem ter piorado e os dois lados da guerra começaram a se fortificar e usar armas mais mortais. Tudo que caia no chão era da "terra de ninguém", civis e militares pegavam tudo que era importante do chão.

Com toda a cidade destruída, não sei se minhas esperanças de encontrar meu irmão ainda estão vivas. Começo a pensar se alguém da minha família, alguém que eu conhecia sobreviveu...

Agora que tenho um novo membro ao meu grupo e com um veículo poderei pedir que ele faça o percurso até a farmácia, será bem mais rápido do quê ir a pé e doente. Acabo de pedir e ele aceitou me fazer o favor! Além do quê ele pode ir até lá e tentar trocar de veículo, voltar com um carro e trazer suprimentos ou itens para fortificar a fazenda.

Os vômitos estão com intervalos maiores do quê no primeiro dia, acho que já estou um pouco melhor. Vou começar a plantar em breve, mas antes preciso fortificar melhor os arredores da fazenda. Bom, irei descansar até que George retorne.

Bom... Acabo de acordar e pelo que consigo enxergar pelo relógio de parede parecem ser 8 da manhã. As dores no estômago já estão voltando, basta que eu acorde para começar, de madrugada sofri bastante com vômitos e dores no estômago. Quando vomitava, quando sentia aquela dor... Já não tinha nada para por para fora, eu sentia que uma hora ou outra eu iria morrer com aquilo, meu rosto ficava vermelho com o sangue que ia pelas veias e minha mandíbula doía a cada vez que isso acontecia. Mesmo com essas dores, vou tentar começar a fortificar a fazenda, além de que preciso limpar todo o vômito que está espalhado pelo chão da casa e dentro de baldes, preciso encontrar algo para deixar o lugar com um cheiro agradável. Enfim, irei tentar engolir alguma coisa e arrumar recursos para fortificar o perímetro da fazenda.

Tirei um tempo para descansar, consegui encontrar algumas tábuas grossas de madeira, alguns metros de corda, um arco velho e algumas coisas que servirão para prender. Não montei muito ainda, consegui reforçar algumas partes da cerca original que estavam caindo e quando George voltar irei junto a ele reforçar o máximo que conseguirmos das cercas até o anoitecer. Não quero trabalhar no escuro, pode ser que dê merda.

Está anoitecendo rápido, dá para ver algumas nuvens encobrindo o que resta do sol, deve ser 17h30min. George ainda não chegou e estou ficando cada vez mais fraco, se ele não chegar logo não sei se vou conseguir continuar meu trabalho. Preciso descansar.

Acordei, obviamente. Não sei quanto tempo se passou, mas já escureceu. Estou ouvindo ao longe o barulho de um carro, mas não sei é ele mesmo ou outra pessoa. Vou lá fora averiguar as coisas.

É George mesmo, ele conseguiu um carro! O desgraçado conseguiu um carro esporte prata.

Abri o portão da fazenda e ele entrou. Vi algo diferente, não era uma mochila, era algo maior e mais formoso. Uma pessoa! Não sei se melhora, mas, eu não vi duas pessoas, tinha mais alguém no banco de trás, tive que esperar ele desligar os faróis do carro para tentar enxergar algo, a luz estava praticamente me cegando e mal via direito. Eu esperei que ele estacionasse o carro, enquanto eu fui fechar o portão.

Estou feliz, entusiasmado, com ânsias e muito espantado. Ver que George chegou e trouxe duas pessoas me deixou pasmo, ele encontrou duas sobreviventes no meio da desgraça toda enquanto eu encontrei uma pessoa numa sorte incrível. E sim, duas sobreviventes, duas garotas e uma delas realmente me deixou feliz, era ela... A pessoa que invadiu meus sonhos por todo esse tempo. Eu estou com o coração apertado, uma vontade de pular e gritar invadiu meu corpo, é a Nathalia.

Ainda não digeri toda a informação, mas pelo que me contaram, George estava passando pela farmácia que devia pegar os remédios e teve dificuldades para entrar, matou alguns zumbis que o ameaçavam do lado de fora e misteriosamente o portão de ferro da farmácia se levantou, ele viu uma moça lá dentro e lá estava a nova integrante do grupo, Heloíse. Loira, branca de olhos escuros, usava um moletom marrom como couro uma calça jeans e um all star.

Minha primeira e mais importante pergunta era o que tinha acontecido com Nathalia, ela estava praticamente morta, não sei como estava viva. Suas roupas não estavam nas cores normais, era puro vermelho sangue. O seu rosto estava machucado, ela estava cheia de hematomas e aquilo me preocupou, ainda bem que não tinha nenhum sinal de mordidas ou arranhões nela.

Com dificuldade ela me contou sua história... Quando eu a deixei, os zumbis começaram a avançar sobre ela, mas de certa forma todos os zumbis começaram a perder suas cabeças, ela não me contou o que houve para todos caírem no chão mortos definitivamente, mas depois de certo tempo um grupo de homens bem armados a salvaram e levaram-na para seu abrigo. Quando chegou lá ela... Ela não quis falar muito sobre o que aconteceu, mas ela foi acorrentada, amarrada e logo então estuprada.

Quando ouvi aquela palavra eu senti um ódio subindo nas minhas veias e consumindo todo meu corpo, minha alma teve vontade de ir até aqueles homens, de ignorar todas as dores que eu senti, pegar uma arma e com minhas próprias mãos matá-los, um por um! Eu os faria sofrer mortalmente, faria o possível para que vivessem o maior tempo possível, não iria querer que morressem cedo... Não, não.

Eu, eu não posso continuar escrevendo isso agora. Estou muito enraivecido e não quero acabar por manchar todo o registro, irei tomar meus remédios, comer um pouco e descansar. Volto a escrever em breve...

Acabo de acordar, a casa está cheia e isto me deixa um pouco confortável... Ontem disse que ia descansar, mas passei a madrugada toda ao lado da Nathalia acompanhando-a e vendo se ela precisaria de ajuda. Dormi no mesmo quarto que ela, apenas peguei um colchão e lá deitei.

Bom, aqueles remédios me fizeram uma grande ajuda pois estou me sentindo muito melhor e as dores no estômago cessaram. Ainda ficarei me vigiando e tentarei não ficar muito tempo no batente, mas começarei a plantar hoje mesmo! São 7 horas, sei que horas são porque George trouxe um relógio de parede e está funcionando bem e na hora certa.

Irei comer alguma coisa e começar a plantar, deixarei as fortificações da cerca para George. Em breve veremos o que fazer com aquela garota, Heloíse e depois irei ficar cuidado de Nathalia.

Já se passaram 8 horas desde meu último registro, agora são 15h30min. Já fiz o serviço da plantação e para melhorar a identificação de cada semente que plantei, encontrei placas no armazém que identificavam as sementes, preguei na terra em seu respectivo lugar. Plantei feijão, milho, tomates e plantei algumas frutas, principalmente plantei um coqueiro para fornecer para meu grupo um suprimento de água grande.

George já conseguiu cercar toda a parte da frente da fazenda e de uma das laterais, faltam duas partes para acabar todo o cercado. Não estou muito certo se o material irá ser suficiente, mas, se faltar teremos que cobrir com algo provisoriamente.

A Heloíse não está fazendo absolutamente nada, espero que depois ela comece a fazer algo... Não sei, cozinhar, plantar, seja lá o que for.

Estou sem muita coisa para fazer agora e sem nada para fazer começo a imaginar como deve ser o grupo de bastardos que fizeram aquelas atrocidades com Nathalia. Me sinto um covarde por tê-la deixado naquele lugar e fugido sem nem tentado salvá-la. Eu sou um covarde... Mas ela pediu que eu a deixasse, que droga! Estou rodeado destas questões, droga!

É estranho, mas, estou sentindo falta dos infectados. Ultimamente é como se estivéssemos voltando ao normal, a antiga era colonial, o problema é que não temos muito luxo... Enfim, vou caminhar um pouco e ver se George precisa de ajuda.

Estou me sentindo ótimo! Aqueles antibióticos estão me fazendo muito bem e me sinto disposto novamente. Nós terminamos de cercar a fazenda, pequenos brotos começaram a surgir em cada plantação e os ferimentos de Nathalia estão cicatrizando. Até que ela se cure e eu me cure irei esperar para tentar caçá-los, mas, vai que eles já morreram... Não posso tentar arriscar sem um plano ou sem saber onde eles ficam, terei que conseguir mais informações dela para poder acabar com todos.

Esses dias estão sendo calmos, as vezes um ou dois zumbis passam por aqui mas não se interessam por nosso lar. Estou pensando em colocar alguns sacos com pedras do lado de fora da cerca para tornar mais seguro e difícil de arrombar, sacos de pedra são pesados e se eu colocar também sacos de terra por dentro eu posso formar uma barreira contra tiros e outras coisas, incrível! Porém não temos sacos de lixo para usar, então o plano ficará para depois.

Consegui descobrir que Heloíse era uma aluna de medicina e por isso ela pode ser ótima para cuidar de quem estiver doente ou ferido como Nathalia. George era dono de uma loja de móveis e eletrodomésticos, disse-me que fica em Salvador e por sorte estamos no interior desta cidade.

Irei verificar as plantas e ver o que temos para comer, terei que dar uma de cozinheiro. Até.

Acabei de acordar, já amanheceu e pela janela do quarto consigo ver a paisagem do lugar. No horizonte consigo ver algumas torres e silhuetas pequenas de prédios. As coisas estão silenciosas e... Espere. Tem alguém gritando lá embaixo, vou verificar.

Ela morreu. Ela se tornou um deles, uma daquelas coisas... Tivemos que matá-la, pôr fim aquilo. Eu não aguento mais isso, não consegui nenhuma informação de onde aqueles infelizes estavam, mas, eu tenho um plano e é hora de pô-lo em prática. Volto a escrever em breve.

Todos estavam dormindo e o corpo de Nathalia já foi enterrado, o seu antigo quarto foi limpo. Eu peguei duas armas da mochila de George e estou partindo em sua motocicleta. Peguei uma mochila que eu carregava e enchi com suprimentos, estou levando um pouco de tudo, mas, sem exagero. Não quero que percebam de cara que fugi.

O barulho da moto me fez congelar. As imagens dela morta e zumbificada não me saem da cabeça até agora, mas, isso apenas me motiva, apenas ateia fogo na fogueira. Eu vou matá-los, um por um até que peçam perdão e sofram pelo que fizeram.

Sei que irei acordá-los, mas, deixei um bilhete explicando o que estou fazendo. Olhei uma última vez na casa, no meu lar e na lápide de Nathalia... É hora da vingança.

Fazem alguns dias que sai da fazenda, e uns 3 dias que não escrevo. Consegui chegar na cidade e estou abrigado dentro de um antigo condomínio, passei dois dias vistoriando tudo, mas, não sei para quê. Não irei me instalar aqui, deve ter sido instintivo. As vezes eu olho para os lados e sinto que algo está me observando, mas, devo estar ficando louco novamente...

Espere, estou ouvindo barulhos lá fora, vou verificar.

São eles, eu sei que são! Um grupo de 6 homens montados em motos recheadas com sacolas, vou segui-los, não posso perdê-los.

Estava escuro e eles moviam-se muito mais rápido que a motocicleta de George. Eu tentei o máximo que pude não ser percebido, mas quando começamos a sair da cidade um frio na espinha me fez temer o que eles poderiam estar planejando, aquele era o caminho que eu havia feito para chegar na cidade. Eu demorei um pouco para perceber que eles estavam indo para a fazenda do meu grupo. A luz das motos era tudo que eu conseguia enxergar, mas, quando eu as vi parar encostei minha moto atrás de uma árvore, desliguei-a e fiquei observando. Percebi que haviam luzes dentro da casa e que eles estavam quebrando as cercas, aquilo me deu mais ódio ainda! Se mais alguém do meu grupo morresse, eu... Eu não sei o que eu faria.

Vou pegar minha pistola e tentar acertar todos, mas, sem matar.

Eu consegui! Acertei todos, mas, sem querer matei um deles e deixei um escapar com vida. Os infelizes ficaram abaixados, gemendo de dor, que cena triste para eles... Eu fui me aproximando e deixei as luzes das motos apontadas para mim, eu queria que eles me vissem, eu seria a última coisa que aqueles infelizes iriam ver. Peguei a pistola e dei tiros nos braços e pernas de cada um deles, eles choravam e gritavam... Eu esperei que eles pedissem por piedade, e então eu perguntei se eles se lembravam da Nathalia... Eles disseram que sim, que lembravam e que estavam arrependidos. É uma pena que arrependimento não traz pessoas de volta a vida, foi essa a última frase que eles ouviram, até eu dar tiros em suas cabeças, uma por uma.

Na hora eu me senti feliz, alegre. Minha vingança estava completa, eu agora podia viver lutando contra os zumbis, eu nem precisava ter saído do meu abrigo, mas, não sei se o que fiz foi o melhor...

Vou entrar em casa, guardar minhas coisas e dar um jeito nesses corpos mortos. Não sei como George e Heloíse irão me olhar quando eu entrar, mas, é um custo que vou correr e além do mais eu fiz o que queria sem causar prejuízos.

Eu fico me perguntando o que realmente ocorreu com a Nathalia para ela ser infectada, não acho que ela tenha nos contado tudo, mas, agora é tarde para fazer essas perguntas. Também quero saber que fim levou o infeliz que fugiu, ele deve ter morrido pelo caminho. Estava vasculhando os quartos e encontrei um antigo rádio, não sei se está funcionando, mas irei testá-lo. Em breve volto a escrever.

Voltei, o rádio funciona, mas não deu qualquer sinal de vida, apenas chiados. Verei se alguém sabe como usá-lo para tentar enviar uma mensagem para quem estiver ouvindo.

São 3 da manhã, acordei ouvindo um barulho infernal vindo lá debaixo. Não sei o que é, vou verificar.

Quando abri a porta do quarto vi uma mulher revirando tudo na casa, não era a Heloíse e a moça parecia procurar vorazmente alguma coisa. Eu acho que ela me viu quando eu comecei a descer as escadas, na hora entrei em pânico e corri para dentro do banheiro e tranquei a porta. Estou olhando pelo buraco da fechadura e vejo que ela anda da mesma forma que um zumbi, mas tem algo diferente... Eu tenho suspeitas de quem é, mas não quero acreditar que seja afinal é impossível! Eu não sei se quem está lendo vai acreditar, porque nem eu acredito, mas, acho que é a Nathalia. Vou tentar verificar, eu encontrei um pedaço de madeira no banheiro e vou tentar nocauteá-la para saber se realmente é a Nathalia.

Voltei, era ela mesmo. Não sei que diabos foi aquilo, mas ela estava com um enorme furo em sua testa e mesmo assim se movia como se tudo estivesse normal, apenas zumbificada... Eu simplesmente bati na sua cabeça com o pedaço de madeira, ela ficou parada no chão como se estivesse "morta" de novo. Soltei a madeira no chão e comecei a arrastá-la pelas pernas para fora da casa, enquanto saia de casa vi os meus dois companheiros descendo as escadas.

O nosso estoque de comida está acabando, a plantação não floresceu direito e a perdi quase toda, colhi apenas um tomate. George e Heloíse estão lá embaixo conversando. Está anoitecendo e a cada dia que se passa sinto que estou ficando mais sozinho, posso ter os dois comigo, mas, não é esse tipo de solidão.

Recentemente um grupo de zumbis tentou invadir a casa, mas, por ideia da Heloíse, eu e George construímos uma torre improvisada feita com andaimes e tábuas de madeira, pretendemos aperfeiçoa-la, mas, não agora. Quando o grupo começou a chegar eu estava de guarda, já estava de madrugada. Eles começaram a arranhar a madeira da cerca e da fortificação, comecei a atirar neles da melhor forma que pude. Meus dois companheiros saíram de casa e lá ficaram, observando e ouvindo. No final eu havia matado todos, vi a zumbi Nathalia novamente lá, desta vez eu dei mais que um tiro na cabeça, dei vários na esperança de que ela morresse definitivamente.

Estou esperando que algo aconteça, tenho um pressentimento de que algo vai acontecer. Eu só espero estar enganado.

Não dormi nada até agora, o sol ainda não surgiu e pelo que consigo ver do meu relógio são 3h55min. Virei à noite montando guarda nessa maldita torre enquanto George e Heloíse dormem tranquilamente dentro de casa... Que inveja. Não aconteceu praticamente nada enquanto estive aqui, em alguns momentos o sono bateu muito forte e eu peguei no sono, mas, acordei em pouco tempo. Sei que não vi nada de suspeito nesse tempo todo, apareceram alguns zumbis - pra variar - mas não tiveram interesse em vir até aqui, estavam perambulando por aí e passaram direto.

O que será que George e Heloíse estão fazendo lá dentro? Aqueles dois tem se tornado muito unidos ultimamente... Para qualquer canto que ele vai ela o segue. Logo ela que não falava com ninguém e nem fazia nada que nos ajudasse, agora simplesmente segue um de nós - geralmente George - para ajudar a fazer algo que estamos tendo dificuldades em fazer sozinho. Até agora não entendi qual é a dela...

Meu mal pressentimento continua indo e vindo o tempo todo, como se fosse uma lembrança de que nunca terei realmente paz neste mundo apocalíptico. Eu sinto que uma hora ou outra nós todos vamos nos ferrar, esse sentimento ficou mais forte quando matei aqueles filhos da puta. Engraçado, na hora que os matei senti uma sensação horrível, me senti um assassino macabro, algo mais macabro que o famoso "Jason", mas depois percebi o quão bom foi matar aqueles caras. Seus olhos lacrimejando, seus corpos tremendo de medo... Fico me perguntando se eram apenas eles que compunham o grupo deles ou será que existiam mais e apenas eles foram enviados para uma "missão" e no fim das contas só eles se fuderam nas minhas mãos. Se for esse o caso, meu mal pressentimento provavelmente se tornará realidade. Lembro que um deles fugiu da minha vingança e se eles forem um grupo maior então provavelmente voltarão para nos pegar.

Enfim... Parece que George acordou, é hora de trocar de posto. Finalmente terei um bom descanso.

Está chovendo lá fora, uma chuva forte como não é de costume no nordeste. Acordei com o som da chuva... Está silencioso aqui dentro, acho que não tem ninguém em casa. Sei que George está na torre de vigilância, mas, Heloíse é algo que não faço ideia. Vou checar a horta quando essa chuva passar e ver se nossa segunda tentativa de plantar está rendendo algo. Por hora irei voltar à dormir.

Estou sentindo falta da minha família, dos meus amigos e por algum motivo de Nathalia. Por que será que ela conseguiu continuar "viva" mesmo depois de tomar um tiro na cabeça? Mesmo que não seja como nos filmes, eu acho que um tiro na cabeça mataria qualquer um... Tenho quase certeza.

Tenho tido sonhos estranhos ultimamente e as vezes ouço vozes, barulhos, vejo pessoas andando por aí mesmo quando não há ninguém... Geralmente são amigos meus, pessoas ligadas ao meu passado. Por exemplo, enquanto eu estava de guarda na torre hoje mais cedo, tenho certeza de que vi algumas luzes de carros à distância, depois vi a Nathalia no meio de um grupo pequeno de zumbis que estava passando ali perto. Não sei o que vou fazer à respeito disso, espero que sejam realmente alucinações, porque se for verdade nós estamos ferrados. Se realmente carros estiverem passando por aqui é possível que meu mal pressentimento se torne realidade e nós sejamos todos mortos no meio da noite, se a Nathalia realmente ainda estiver perambulando por aí então pode ser que existam outros bichos como ela, zumbis que não morrem com tiro na cabeça, mesmo que sejam dois.

Estou com muita fome. Devem fazer dois dias que não como nada e só agora meu corpo começou a notar que estou sem me alimentar... Não sei se tem algo de bom para comer, mas, vamos ver. Em breve volto à escrever.

Nosso estoque de comida está quase vazio, quando estava procurando por comida não encontrei quase nada... Ainda temos alguns enlatados, um pacotão de batatas e alguns outros produtos "empacotados" guardados. Não tem muita coisa e acho que com mais alguns dias vamos ficar sem nenhum mantimento, água nem se fala, tem apenas mais dois garrafões e no ritmo de trabalho em que estamos agora acho que vamos beber toda a água em dois dias. Sinto falta de um bom copo d'água gelado...

Não sei se vai achar isso estranho tanto quanto eu, mas, Heloíse me apareceu hoje de madrugada enquanto eu estava de guarda e para minha surpresa ela estava semi-nua, apenas usando um sutiã e um shortinho do tipo lingerie. Ela me perguntou se eu estava gostando do que via... Como não ficar? Aquele belo par de seios, as coxas grossas e definidas e aquela bunda avantajada. Não se o que tinha dado nela, mas, jogou-se em cima de mim e fizemos algumas sacanagens enquanto estávamos à sós. Enfim, eu gostei, modéstia parte.

No momento George está de vigia na guarita e fico imaginando se Heloíse não fez o mesmo com ele o que fez comigo... Prefiro não imaginar o corpo dele, pelo que já percebi, parece ser o tipo de cara que você consideraria seu avô. Peito cheio de cabelos brancos, corpo flácido... Prefiro nem comentar.

Hoje vi que a plantação está rendendo um pouco mais do que o esperado. A plantação de tomates que consegui fazer está rendendo, tentei plantar cenouras mas não sei o tempo que demoram para nascer... Só não nasceram ainda. Há também plantações espalhadas por nosso território de batata, feijão, laranjas - e algumas outras frutas - e se não me engano também há uma plantação de arroz.

Não tenho muito a contar, mas, em breve retorno com novidades... Ou não.